A Atriz
Esse é o segundo livro de Mônica de Castro resenhado aqui no blog, o primeiro foi Greta e cada vez essa escritora se torna mais especial, devido a sua precisão e elegância na escrita que torna a história envolvente e nos transmite todos os sentimentos de seus personagens.

Escrito em terceira pessoa, com uma narrativa envolvente e sabendo diferenciar bem as duas épocas que são demonstradas no livro. A Atriz passa rapidamente por nossos olhos e sentimos vontade de devorar cada vez mais páginas desse drama.

Tália, ou Amelinha se você preferir, é uma história completamente dramática e cheia de tristezas que deixa qualquer um triste, mesmo se você estiver com um ótimo humor na hora da leitura, já que a personagem aparentemente veio apenas para sofrer nesse mundo.

Desde o começo de sua vida, Tália é cercada por pessoas problemáticas que a fazem sofrer e condenam ela por qualquer coisa que ocorra ao seu redor como, por exemplo, a sua mãe, Teresa, nunca deu a devida atenção para sua filha, apenas conseguindo ver os seus defeitos e tendo sempre impressões erradas sobre ela.

Teresa em muitos momentos fala coisas que poderiam marcar seriamente o psicológico de uma pessoa como por exemplo:

- Por que não é como Cristina? Por que tinha que ser uma aberração? Não basta ser gorda e feia? Também ter que ser oferecida e vulgar? Ah! mas isso não vai ficar assim. Espere só até seu pai chegar. (p. 30)

Essa fala é apenas uma pequena partes de tudo que Tália tem que ouvir da mãe rancorosa que nunca demonstra amor e mesmo nos melhores momentos consegue encontrar algum defeito.

Cristina é a irmã de Tália que por muito tempo ela acredita ser uma menina falsa e que não gosta dela, mas que aos poucos vai percebendo que é necessário salvá-las das mãos malignas e com pensamentos absurdos que a mãe de ambas possui, o que aumenta o ódio de Teresa por sua filha.

E quando pensamos que a vida dessa menina tão inocente e tão judiada pela vida, as coisas pioram e ficam quase que insuportáveis, chegando ao ponto de termos vontade de gritar de desespero enquanto estamos lendo.

- Acho que o senhor está exagerando. Dê um aperto em Amelinha, ameace-a, faça-a compreender que não vai tolerar qualquer traição. Assuste-a, bata nela, faça o que tiver que fazer para mantê-la na linha. (p. 144)

Em certos momentos, que podem ser considerados de curta duração, Tália consegue ter uma vida saudável e feliz, conseguindo superar todos os traumas e conseguindo formar uma nova vida, mas o destino decidiu ser cruel com ela do começo ao final de sua vida e nunca dura para sempre os seus momentos de felicidade, levando ela a tomar atitudes impensadas e maltratando o seu psicológico e alma.

Como A Atriz é um romance espírita, nesse temos a visão de como deve ser o mundo superior, para onde vamos depois que morremos e como as coisas funcionam daquele lado, o que é uma visão maravilhosa e uma sensação muito boa que sentimos. Mas, caso você não seja espírita ou não concorde plenamente com a visão de "paraíso" que eles possuem, ou não acredita em qualquer vida após a morte, a melhor coisa é ver como uma ficção.

Mesmo mostrando o mundo espiritual, não podemos achar que o livro faz algum tipo de doutrinação, ele apenas acha necessário e é de extrema importância para a trama a presença desse plano para que a história tenha o seu fluxo seguido e faça sentido.

Quando a trama se desenrola para o mundo presente, conseguimos perceber como linhas de pensamentos e modos de agir de certas pessoas, podem perdurar por gerações, já que muito do nosso modo de pensar é adquirido pela educação que temos.

No momento em que nos vemos em uma época mais atual, temos uma trama um pouco menos triste, mas não deixa de ser tensa, por causa de atitudes impensadas e do comportamento que mencionei que faz com que as pessoas não consigam evoluir e ter bons resultados em sua vida.

Felizmente, o livro consegue demonstrar com facilidade o que boas pessoas e espíritos de bom coração conseguem fazer em nossa vida, conseguindo deixar claro também o quanto nossas atitudes podem interferir na vida de outras pessoas, isso sem contar em como o mundo pode conspirar para que certas coisas aconteçam.

Recomendo esse livro para todas as pessoas, acreditando ou não no mundo espiritual, só não acho muito aconselhável lê-lo quando estiver com a estima baixa ou então triste com alguma coisa em sua vida, pois a qualidade de escrita da Mônica de Castro, faz com que sentimos exatamente o que o personagem deveria estar sentindo no momento, tornando as coisas mais fortes e marcantes em nossas vidas.


12 comentários:

  1. WOW eu quero ler. Quando recebi o marcador na Bienal de SP em 2010 eu achei lindo. Parece muito bom mesmo!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mi, você não faz ideia do quanto é lindo esse livro. Emociona... quando quiser emprestado, já sabe ;). Mimimi não tenho marcador dele.

      Excluir
    2. Resolvido seu problema. Eu tenho mais um aqui hehehe

      Excluir
  2. Nossa! PArece ser super interessante.
    Não tenho muito o interesse em livros espíritas, mas acho que vou acabar gostando deste.
    Beijos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Babi, antigamente eu não tinha interesse em livros espíritas também. Mas depois que fechamos parceria com a editora Vida & Consciência, acabei arriscando no Greta da Mônica e adorei, o problema é que agora tenho medo de arriscar outros escritores e não gostar, porque os livros dela são ótimos, muito emocionantes. Dá uma chance que acho que você vai gostar.

      Beijoss

      Excluir
    2. Olá Jéssica, bom dia.
      Eu também iniciei minha leitura pela literatura espírita com Monica de Castro "até que a vida os separe", se tiver a oportunidade de ler, não vai se arrepender, principalmente pela didática que a autora utiliza para correlacionar o presente com o passado!
      Apesa da minha preferência pela Monica, os livros da Zibia Gasparetto também são bons, assim como os livros do Marcelo César!
      Boa leitura! Dani.

      Excluir
    3. Bom dia, Dani!
      Até que a vida os separe eu ainda não li, mas vou deixar anotado para próxima leitura.
      Olha, Zibia ainda não consegui vencer o preconceito e me falaram que ela enrola um pouco na narrativa, mas ainda vou tentar algum, qual você recomenda.
      O Marcelo César me falaram que é bom, quero dica de livro dele também. ^^
      Beijosss

      Excluir
  3. oi,
    amei a resenha, quero ler!
    adorei seu blog,
    estou te seguindo, segue o meu tambem

    http://www.lostgirlygirl.com

    bjos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oie, Michele.
      Obrigada por seguidor o blog, vou dar uma olhada agora e noite leio direitinho ele, ok?

      Beijosss

      Excluir
  4. Bom, pelo que você escreveu ao longo da resenha, há um clima bem pesado nos diálogos. Esse é o tipo de livro que eu ficaria MUITO apreensiva para terminar logo, FORÇANDO a leitura até chegar em algum "lugar comum" melhor sabe? Eu gosto de drama, porém um drama mais fantasioso (no máximo estilo Marian Keyes - pra você te ruma ideia eu ODIEI TANTO o Lorcan de "É Agora... ou Nunca" dela, que interrompi a minha leitura por dois dias, pq/ não conseguia continuar - apesar de o final ser bem interessante depois HAHA), porque eu me sinto mal lendo personagens e comportamentos humanos maus, mesquinhos e REALMENTE decepcionantes.... e sabe, BEM ALI na nossa cara... não sei explicar... é uma sensação ruim.

    O que me faz pensar que a A Atriz seja uma leitura mais adulta e eu não esteja pronta para ela (e aqui não falo pq/ seja numa temática espírita pq/ já li vários livros desses pq/ metade da minha família é espírita sabe?), mas as minhas leituras vem sendo mais ... light [?] e acho que não estou preparada para sofrer junto com a personagem HAHAHAHA

    Mas é interessante o detalhe que você citou sobre, aprendermos e repetirmos os "velhos hábitos" né?

    AHHHHHHH (e vou dar uma olhada na resenha da "Greta" também ^^

    Beijão (ótima resenha - espero não ter sido chatinha x-x).

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Vixi Vamp, o pior é que nesse livro quando achamos que as coisas irão melhorar, algo ruim acontece, mas sempre continua aquele fio de esperança de que as coisas ficarão bem.

      Não sou muito fã de Marian Keyes por não gostar muito de chick lits.

      Realmente Vamp, o livro possui uma temática bem adulta, e eu estava morrendo de vontade de sair do light, ou seja, ele veio em ótima hora.

      Vou lá ver o seu comentário em Greta ;)

      Beijãoo

      Excluir