A Missão: A pergunta e a resposta - Patrick Ness

Assim como mencionado no final da sinopse do livro, A Missão é o segundo volume da série Mundo em Caos, sendo que o primeiro é O Motivo, já resenhado aqui no blog. Então não recomendo a leitura do texto caso você não tenha lido o primeiro volume da trilogia.

O primeiro livro da coleção acaba de um modo que sentimos necessidade urgente de pegar o segundo volume, o fechamento é da eterna correria de Todd com Viola que aparentemente foi fracassada. Assim que começa o livro A Missão, percebemos que estávamos certos com a impressão do fechamento do anterior. A cidade foi dominada pelo prefeito Prentiss e muitas coisas começam a acontecer.

O começo da história, ao contrário do primeiro, é calma mesmo com toda a tensão existente no ambiente, acredito que essa sensação se deva ao fato de não possuir aquela correria que acontece antes, isso faz com que entre em uma calmaria perturbada que demora muitas vezes um tempo grande demais para ser solucionada.

- Se algum dia você presenciar uma guerra - ela diz, sem tirar os olhos da prancheta -, aprenderá que a guerra só destrói. Ninguém escapa de uma guerra. Ninguém. Nem os sobreviventes. Você aceita coisas que te escandalizariam em qualquer outro momento porque a vida temporariamente perde todo o sentido. (p. 108)

Viola e Todd basicamente continuam os mesmos. Viola uma menina que enfrenta qualquer coisa e não possuí muita noção do seu tamanho, achando que pode combater o mundo sozinha, sempre deseja ir à luta, o que pode prejudicar muito uma pessoa que age desse modo. Todd é um coitado, inocente, humilde e simples, acaba acreditando em tudo que lhe dizem se for feito do modo correto, não sentimos grandes amadurecimentos nesse personagem durante essa continuação, ao contrário, percebemos o quanto ele é fácil de ser influenciado para lados que não podem ser muito bons.

A parte interessante é que nos deparamos com personagens que se tornam constantes na história, muito mais do que acontecia no Motivo e os que mais se destacam são o Prefeito Prentiss e a Sra. Coyle. O Prefeito é a pessoa mais egoísta e gananciosa que existe, querendo sempre todo o poder e ser o centro da atenções, além de querer que todos ao seu redor possuam as mesmas ideias que ele. Já a Sra. Coyle se preocupa com o destino da cidade e continua com a sua vida de curandeira, apesar de aparentar saber muito mais.

Por muitos momentos é a Sra. Coyle que trás a reflexão existente no livro, com frases que nos fazem emocionar e trazendo aparentemente um pouco de senso para a toda confusão que é instaurada durante toda a trama.

- Ver o oceano uma vez é aprender a sentir falta dele. (p. 157)

A narrativa continua a mesma, o que é muito bom, pois muitos autores acabam se perdendo às vezes na passagem de um livro para o outro, a única diferença é que o começo não possui a correria, apenas a tensão a todos momentos.

Na resenha do livro O Motivo eu tinha dito que em nenhum momento conseguíamos respirar de tantas ações que ocorriam. Nesse as coisas começam a esquentar na metade dele e é uma ação que chega aos poucos, nos dando tempo de respirar até chegar em seu ápice, onde finalmente nosso ar é retirado de nossos pulmões e sentimos novamente aquele ritmo frenético da história.

Recomendo a todos que tenham já lido o primeiro livro e gostado dele. Caso você leu essa resenha sem ler o primeiro, confere aqui e se você for fãs de distopia, não perca tempo e conheça o Mundo em Caos.