A Menina que Brincava com Fogo - Stieg Larsson

A menina que brincava com fogo é o segundo volume da trilogia Millennium, sendo que o primeiro livro foi a pouco tempo para as telonas de cinema e a versão literária teve resenha aqui no blog, o nome dele é Os homens que não amavam mulheres.

Assim que acaba o primeiro livro nos sentimos completos e sem a necessidade de uma continuação, não possui um final aberto e o enigma inicial foi solucionado, tendo diversas vertentes de mistérios que são todos solucionados e Mikael volta à sua vida normal, assim como Lisbeth.

Mesmo com esse final conclusivo, Stieg Larsson conseguiu elaborar uma história que nos prende tanto quanto o primeiro volume e instiga a curiosidade a todo momento.

Diferente dos homens que não amavam mulheres, nesse livro nos damos com uma calmaria anormal para a vida de nossos personagens, chegando até mesmo o momento de acharmos que não existirá nenhum mistério e aventura que une os dois novamente. Depois de um bom tempo começamos a ter indícios sobre as intenções do Larsson e quando finalmente chega o ápice de início da trama, ficamos sem conseguir acreditar que o autor possa realmente estar falando sério sobre as coisas que acontecem.

O interessante é que do mesmo modo que no primeiro livro nos deparamos com os debates de moral, ética e até mesmo assuntos que consideramos tabu serem debatidos em nosso dia, também aparecem nesse segundo volume, com novas temáticas que nos fazem refletir sobre nossas opiniões. Esses temas sempre são demonstrados de modo leve, não exatamente na história, mas como são dispostos na narrativa, fazendo com que não sejam um grande impacto e agressivo, de modo que podemos analisar aos poucos o que pensamentos exatamente sobre o assunto.

Mesmo os personagens principais sendo sempre Mikael e Lisbeth, ela acaba sempre roubando cena e ganhando maior destaque devido a sua personalidade e um jeito bem peculiar de lidar com as pessoas, além do modo que leva a sua vida. Nesse volume descobrimos mais sobre essa mulher que é tão reservada e vive lutando para que as pessoas não se aproximem demais, revelando que muito de sua história formou o seu jeito de ser com o mundo ao seu redor.

O desenrolar da trama é sempre surpreendente, com novos elementos que assustam e nos deixam pasmos, querendo saber mais explicações sobre o que está acontecendo e como aquela simples coisinha irá modificar todo o rumo da trama até sua conclusão.

Recomendo, principalmente, para as pessoas que gostaram do primeiro volume da trilogia, para quem gosta de literatura policial e livros envolventes, mas não deixem de ler o primeiro livro, porque se não fica difícil a compreensão.