Dom Quixote de La Mancha conta a história de um fidalgo apaixonado por literatura de cavalaria que de tanto entrar por diversas páginas e ter vontade de mais nada além da leitura, acabou achando que poderia viver uma grande aventura e saiu atrás do seu romance, para que algum dia as pessoas pudessem ler sobre todos os seus feitos.
Todas as aventuras desse "cavaleiro da triste figura" possuem a companhia de seu fiel escudeiro, Sancho Pança, que possui um pouco de pé no chão e salva o Quixote de diversas enrascadas, apesar de ser completamente apaixonado pelo lado sonhador de seu amigo.
Por ser um livro clássico e não possuir modernização na linguagem, o que eu acho ótimo por não tira as características da trama, pode ser considerado um pouco complicado para algumas pessoas. Outra coisa bem comum é a de sentir que o livro não anda, o que não acontece, isso é apenas impressão que acontece nas primeiras 150 páginas.
Isso se deve ao fato de quase nunca pegarmos um clássico para ler, justamente por não estarmos acostumados a esse grau de dificuldade, mas é bom sempre que tenhamos alguns livros desse estilo por perto para aperfeiçoar a nossa compreensão literária.
Em pouco tempo de leitura você percebe que Dom Quixote é um livro que deve ser lido com calma, quase que saboreando cada página para compreender e não perder nenhum detalhe das loucuras existentes nele.
Apesar de o foco sempre ser no nosso cavaleiro, podemos perceber que em diversos momentos ele aparenta ser o mais são de todos os presentes no local, mesmo essas pessoas percebendo a loucura debaixo de sua pele.
Uma coisa bem interessante é o fato de todas as pessoas que aparecem pelo caminho das aventuras de Dom Quixote possuem uma história para contar, fazendo o livro se tornar mais completo e nos mostrando, por exemplo, que nem sempre o que está em um livro pode não acontecer, pois na vida real conseguimos encontrar histórias fantásticas que aparentam terem sido escritas.
É interessante observar um fator narrativo que eu acreditava ter sido criado pelo grande Machado de Assis, mas já aparece na obra de Cervantes. Como ela é narrada pelo Cid Hamete Benengeli, ele muitas vezes se intromete no contexto e nos sentimos em um livro do Machado por já estarmos acostumados a essa intromissão do autor, mas pelo visto isso é muito mais antigo do que podemos imaginar.
A narrativa é em muitos momentos um prosa poética e todo o livro é recheado de poesias, por isso é ótimo para pessoas que apreciem ler histórias que tenham esse lado romântico inserido nelas.
Recomendo o livro para todos os apreciadores de clássicos, para aqueles que gostam de livros que vão te conquistando aos poucos e não possuem a correria que vemos em muitos livros atuais.
Não acho que conseguiria me aventurar, hoje, na leitura de um clássico com essa quantidade de páginas sabendo que a linguagem que me espera é daquele tipo bem rebuscado. Eu não conseguiria ler, confesso.
ResponderExcluirBeijos.
Adoroooo. ótima escolha!
ResponderExcluirGostei muito da resenha e como vc mesmo falou ainda se faz muito presente em nossas vidas!
Olá! Escrevo de VARIOS CAPITULOS (um blogue machadiano),
ResponderExcluirespaço de divulgação de pesquisas sobre Machado de Assis e curiosidades várias acerca desse escritor e sua obra. Quer participar? Eu te sigo desde já.
Abraço,
Alex.
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