Depois de um certo tempo acabamos nos acostumando com a mudança constante no estilo de narrativa e também sobre o que exatamente a Cristina está falando. Em alguns momentos vemos narrativa em primeira pessoa e outra em terceira, conseguimos até mesmo nos deparar com crônicas, ou seja, diversos estilos em um único local.
As primeiras páginas podem ser consideradas um pouco tediosas, pois apenas o primeiro capítulo consegue realmente emocionar e até aproximadamente a página 50 não conseguimos entender muito bem qual é o objetivo de estarmos sendo apresentados a aqueles personagens.
Após isso o ritmo da leitura ganha um pouco de ânimo, mas nunca com muitas surpresas. Em compensação, nos sentimos cada vez mais próximos do Marrocos e as suas diversas doenças que parecem ser mais psicológicas do que reais.
Esse segredo tão temido não chega a ser surpreendente, mas pensando como se fosse em 1800 e pouco, chega realmente a ser assustador e constrangedor. Tanto esse segredo tão bem velado, como diversos outras situações que são demonstradas no livro, precisamos pensar em como seria tal situação naquela época para não perder completamente a graça.
É interessante como o preconceito é demonstrado no decorrer da trama e em como as pessoas tinham uma concepção completamente contraria ao que realmente poderia ser do Brasil. Um bom exemplo é como o Marrocos vê as mulheres que usam vestidos de tecidos mais leves, largos e com menos tecido do que em Portugal.
Com o calor que temos em alguns dias em nosso país, dá para entender perfeitamente que seria complicado andar com vestidos que possuem diversas camadas e protegem a maior parte do corpo.
Apesar de na própria capa falar que nos depararemos em como é a vinda da família real para o Brasil, isso é pouquíssimo demonstrado e de modo que nossos olhos apenas passam pelas páginas sem absorver completamente a informação.
Uma coisa que me incomodou um pouco é que quando eu me senti acostumada a rotina demonstrada no livro e a intimidade começou a crescer dentro de mim, tudo começa a correr, a se resumir e tirar um pouco daquele ritmo gostoso que tinha adquirido, parece que a escritora chegou a um momento em que não sabia como desenvolver o final e jogou tudo de uma vez nas poucas páginas em que ele se finaliza.
Tirando o pequeno defeito do começo e do final que não agradam muito no ritmo da leitura, todo o meio do livro é envolvente e conseguimos ver o quanto os livros são importante para Marrocos, assim como nós nos sentimos quando podemos estar entre ele, sentir o cheiro deles e passar a mão por suas páginas.
Recomendo o livro para todas as pessoas que apreciam romances e principalmente com a temática portuguesa, pois apesar de se passar a maior parte no Brasil, ele possui um ótima influência do outro lado da terrinha.
Olha, eu tenho certo receio com livros que tratam de assuntos da história, com algumas exceções como A Menina que Roubava Livros por exemplo, mas eu até fiquei interessado nesse Guardião de Livros, parece realmente ser uma história emocionante, vou tentar achá-lo aqui na minha cidade (aqui é praticamente o fim do mundo) e lê-lo. Só espero que a autora não tenha se perdido na história com tantos personagens para acompanhar.
ResponderExcluirBoa resenha.
Abraços.
http://viciadoemlivrosefilmes.blogspot.com/
Eu gosto muito de livros que trazem uma temática histórica envolvida, e esse livro parece não decepcionar nesse ponto. Poxa, é uma pena que o começo e o final tenham essa falha, mas pelo menos o meado compensa, né?
ResponderExcluirUm beijo,
Luara - Estante Vertical
Eu comecei ler o livros, assim como meus amigos, e realmente é um livro muito "chato" e entediante. Sou muito mais as aventuras de Pi.
ResponderExcluirBeijinhos