O Caso Laura - André Vianco

André Vianco é um escritor brasileiro conhecido pelos seus livros com tema de vampiros, mas não os modernos, os tradicionais, sangrentos, violentos e tudo mais. Com esse tema ele conseguiu ganhar nome no país e faz bastante sucesso.

Infelizmente, esse ano ele resolveu inovar e seguir a moda de anjos. O resultado foi completamente desastroso comparado com seus últimos livros, a impressão é de estar lendo um dos primeiros dele ou então A Casa, outra obra que não agrada.

Mas essa resenha é para falar sobre o livro O Caso Laura, uma mulher que sofre pela morte de seu bebê, a separação com o marido e o pai em coma, para melhorar um homem contrata um investigador para vigiar Laura achando que ela não anda bem.

A história possui vários erros que podem ser considerados grotescos em um livro, vou colocar aqui em ordem cronológica da história. A primeira coisa que me incomodou muito foi a descrição de um hospital que tinha piso vermelho, não, isso não é para caracterizar uma história de terror, afinal o tema do livro não é esse, então ficou absurdo imaginar um hospital com uma cor forte dessa no chão. Segunda coisa foram as gravações do investigador, todas elas demonstravam os gestos que as pessoas gravadas faziam além de suas vozes (oi?), a gente fica imaginando que equipamento ele deve usar para isso e como estamos avançados na tecnologia.

Lá pro meio do livro nos deparamos com outro problema, o amor, ah como ele é lindo e enjoado, nesse livro a palavra é bem enjoado mesmo. Primeiro que as paixões se iniciam de um modo inimaginável, tudo de repente e com muita intensidade, mesmo que uma pessoa saiba nada sobre a outra, e fica em um mela mela que sossega a vontade de doce por uma semana. As pessoas mesmo sendo adultas ficam parecendo adolescente com a primeira paixão, achei completamente desnecessário.

Para melhorar a situação a Laura aceita de uma boa a profissão de Marcel, nada de revoltas, tudo numa boa. Quase que eu me esqueço de um fato, Marcel é viciado em cigarros, mas isso aparece só no meio do livro.

Todos nessa história passaram ou estão passando por depressão, parece que não existe uma pessoa na face da terra que não tenha tido esse problema, e todas também tentam se matar pelo menos uma vez na vida.

Por último, quase no final do livro me deparo com dois fatos que só não larguei o livro por que quase estava no final. Um personagem toma 3 garrafas de vodca e continua andando normalmente, só cambaleando um pouco, pelo amor, qualquer pessoa que beba isso entra em coma alcoólico ou pelo menos estendido no chão. A outra coisa que acontece logo em seguida é uma pessoa tetraplégica mexer a mão (como?), sendo que pessoas assim tem o corpo paralisa do pescoço para baixo.

É, mistérios mistérios, um livro que era para ser de suspense acabou me deixando entediada e revoltada com enrolações e erros, apesar de Vianco não ter acertado nesse livro, não posso desmerecer seu trabalho que é ótimo. Afinal, todo escritor tem os seus erros pelo caminho.

Segue a única frase do texto que realmente me marcou e achei importante compartilhar:

"Não entendiam que em tantas e tantas vezes eram todos apenas bailarinos, quando não vítimas, de Cronos, que os colocava para dançar sabendo que em breve o último sopro da flauta reverberaria na concha, depois não mais". p. 39